Já parou para pensar porque sempre estamos
tão insatisfeitos? Porque sempre queremos mais? Seja como profissionais,
companheiros, amigos ou com nós mesmos. Nunca estamos satisfeitos com
aparência, comida, atitudes alheias, situação financeira, área profissional,
amorosa e por aí vai...
Em alguns casos a necessidade de mudança
talvez grite mais alto provocando incomodo, surgindo assim a insatisfação. Essa
necessidade de mudança pode ser positiva quando se percebe que através da
mudança poderemos alcançar um resultado positivo, como a satisfação em um
relacionamento vinda da mudança de algo que incomodava o casal ou uma das
partes. A mudança de profissão também pode ser um exemplo. Mas como saber qual
o momento exato de mudar?
A certeza de que o motivo valha à pena
pode ser um bom ponto de partida, afinal usando o exemplo do relacionamento,
ninguém resolveria mudar se a relação não proporcionasse uma nítida sensação de
prazer, não só carnal, mas a satisfação em ter a companhia do outro. O fato é
que a mudança é sempre sinônimo de perigo para muitos de nós. Nós gostamos de impor nossas
preferências talvez por instinto de sobrevivência, e aceitar a necessidade de
realizar uma mudança em muitos casos pode assustar provocando insatisfações e
reclamações.
Podemos mudar nossas atitudes quando
percebemos que nossos atos geram desconforto, sejam em nós mesmos, sejam em
outras pessoas. Sabe quando você deixa sempre aquele copo sujo na pia da
cozinha, mas sempre recebe broncas por aquilo? Então, a mudança pode iniciar
pensando que ao parar de abandonar o copo lá na pia, vou automaticamente parar
de receber reclamações e isso vai me deixar mais "contente" porque
ninguém vai reclamar e não ficarei insatisfeito com as insatisfações alheias. Essa
é a mudança motivada por um fundo de interesse, talvez essa seja a mudança mais
eficaz ou mais verdadeira e confiável.
Voltando para a insatisfação, é importante
conhecermos nossa personalidade, nossos gostos e nossas limitações. E mais
importante ainda, é aceitar que não podemos mudar tudo, devemos nos aceitar
como somos e também aceitar as pessoas que estão a nossa volta. Nunca vamos
conseguir mudar alguém, ou a empresa em que trabalhamos, ou a fila do banco.
Podemos mudar pequenas coisas em nós mesmos como perder peso, economizar para
formar uma poupança, cortar o cabelo ou fazer a barba, mas nossa personalidade
será sempre a mesma, somos únicos.
Nesses casos de insatisfação só existem
dois caminhos a seguir: ou optamos pela conversa ou pela tolerância. A
tolerância nem sempre é fácil, mas pode ser exercitada, já a conversa é o gesto
cada vez mais necessário quando se precisa buscar um entendimento, lembrando
que nem sempre é fácil, mas é “conversando que a gente se entende”. A solução
para a insatisfação primeiro precisa partir de nós para depois chegarmos a uma
forma de solucionar o problema, buscar os envolvidos e procurar entender o
motivo que nos deixa insatisfeitos.
Nunca seremos plenamente satisfeitos pois
necessidades e problemas surgem a todo momento, mas a partir do momento que nos
compreendemos enquanto pessoas podemos harmonizar situações e buscar a
satisfação e a compreensão, diminuindo o estress e as angústias do dia-a-dia.
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